data-filename="retriever" style="width: 100%;">Desafio está relacionado à provocação, questionamento, enfrentamento e intimamente conectado à descoberta, seja ela, de si ou do mundo que nos rodeia.
Colocar à prova as próprias habilidades é o caminho para que você não entre em estagnação, o que não te desafia, não te transforma.
O estilo de vida que adotamos, onde a falta desse bem tão precioso que é tempo, tornou-se uma tônica de todos. É uma verdade incontestável que as 24 horas do dia não bastam para atender as necessidades mínimas de subsistência aliadas às imprescindíveis de bem-estar. De forma absoluta, entrar nesse ciclo vicioso não é questão de gestão do tempo e sim uma questão de escolha.
Somos absolutamente livres para organizar como gastamos cada grão de areia que escorre pela implacável ampulheta, podemos retomar as rédeas das decisões, definir o nosso tempo e priorizar o que de fato importa para nós, dimensionando não quantitativamente, mas valorando a qualidade do tempo investido.
A mudança da gestão do tempo passa inclusive pelo esgotamento maior dele, fazer outras escolhas não leva a uma sujeição automática de abdicação de algo, mas exige em contrapartida: organização, planejamento, inteligência.
Quando um novo desafio te tira da zona de conforto, ele traz consigo o poder de provocação emocional, nos condicionamos a aceitarmos novas perspectivas, recalculamos as rotas e acabamos encontrando outros incríveis destinos.
Contudo, entretanto, todavia, estamos numa pandemia e parecemos cada dia mais resignados, engessados, automatizados. Eu, você e o mundo estamos sobrevivendo diante do caos.
Levante-se! É hora de se deleitar no tempo, aproveite-o sem moderação, faça amizade com ele e o utilize como instrumento de um futuro melhor, mas, especialmente de um futuro, pois o primeiro objetivo a ser concluído é manter-se vivo. Cuida da tua saúde, cuida dos teus, cuida de nós.
Depois, vamos tratar de colocar os desejos de Réveillon em prática, pelo menos os últimos cinco anos que ainda não prescreveram: começar a praticar exercícios físicos, ligar para aquela pessoa com quem temos vontade de colocar o papo em dia, escrever aquele livro, economizar, empreender ou dar uma guinada no negócio, comer menos, tirar uns dias para descansar, arrumar aquele armário da bagunça, perder a vergonha de dançar e cantar alto, fazer aquele curso (on-line). Seja o que for, faça o que se comprometeu a fazer, faça o que te faz bem.
As crianças precisam continuar sendo crianças. O tempo delas é diferente do nosso. Quanto menos preocupação com o tempo tiverem, mais estarão aproveitando dele, o único cuidado que devem ter é para que o tempo não seja uma angústia.
Nós adultos também não devemos nos preocupar com ele. Devemos, mesmo, é investir no danado, compreendendo e permitindo que o tempo de cada pessoa seja diferente, identificando quando a carga for excessiva, nos permitimos pausar nosso próprio tempo e aceitar que não fazer nada também é necessário.
Vamos repensar como estamos enxergando o nosso tempo: não tenho tempo para nada! Mais uma coisa para fazer! Ou seria mais uma oportunidade e um futuro surpreendente?
Sempre gostei de ver o copo meio cheio, agora, cá estou, articulista no Diário.
Texto: Juliane Müller Korb
Advogada